O vídeo em geral e o cinema em particular têm uma linguagem própria. As imagens e a forma como são captadas transmitem todo o tipo de mensagens. Isto é ainda enriquecido pelo facto de cada realizador ter um estilo próprio e a sua forma individual de comunicar.
Essa razão é a base para que o vídeo tenha sido usado como meio de comunicação, de informação e até propaganda mas também considerado uma arte.
“Um filme é uma escrita em imagens”, Jean Cocteau (realizador de A Bela e o Monstro (1946), Orfeu (1950) e O Testamento de Orfeu (1960)).
“O cinema é uma linguagem de imagens com o seu vocabulário próprio, a sua sintaxe, flexões, elipses, convenções e gramática;”, Alexandre Arnoux, argumentista.
O que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão cultural é o poder excepcional que lhe advém do facto de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução fotográfica da realidade. São os próprios intervenientes que aparecem e falam, dirigem-se aos sentidos e falam à imaginação. A realidade que aparece no ecrã nunca é totalmente neutra.
O Papel Criador da Câmara
“A história da técnica cinematográfica pode ser considerada no seu conjunto como a história da libertação da câmara”, Alexandre Astruc, realizador.
O nascimento do cinema como arte, data do dia em que os realizadores tiveram a ideia de deslocar o aparelho de filmar durante uma cena: estava assim inventada a montagem, que é a base da arte cinematográfica! Desde o começo do século XX que a câmara se transformou num aparelho fléxivel. Primeiro com Lumière e depois definitvamente com G. A. Smith, a câmara começou a ser entendida como o olho humano; o olho do espectador.
A câmara começou a ser usada para mero registo, mas depois foi usada para captar realidades cada vez mais subjectivas.
Deixou assim de ser testemunha passiva para passar a ser uma registadora objectiva dos acontecimentos.