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Throwback fotográfico: México 2016

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O México, mais concretamente a Península de Yucatán, fica para o meu histórico de viagens como o sítio onde nunca quis ir e que se tornou rapidamente no sítio onde não volto porque não posso.

Acontece que a Riviera Maya, ainda que encantadora a nível cultural e paisagístico, foge um pouco ao orçamento deste que aqui vos escreve. Aplica-se aquele princípio do preferia ter nascido rico em vez de bonito…

Este artigo vai servir de throwback para aquela vez em que perdi completamente a cabeça e arrisquei a bancarrota para ir às Caraíbas e serve de desculpa perfeita para deixar aqui algumas das mais interessantes imagens que recolhi. Não é, de todo, um guia de viagem.

Entendo, aliás, que a oferta turística neste destino é tão diversificada que é praticamente impossível sair-se defraudado. Há de tudo, para todos.

As minhas férias têm que incluir sempre uma generosíssima dose de não fazer absolutamente nada. Apenas existir com o mínimo de intensidade possível. Depois, se for para um destino novo, claro que tenho que explorar um pouco e conhecer o que por ali há, sempre com um fortíssimo controlo orçamental. Este foi o primeiro obstáculo: as coisas não são propriamente baratas, nomeadamente no que toca a visitas e experiências turísticas. Confesso que tinha expectativas de fazer algumas coisas que, quando vi os preços, risquei de imediato.

Apesar disso, os 7 dias que estivemos em Puerto Aventuras foram generosamente bem regados, bem comidos e com muito para ver e fazer.

Segundo me recordo, a paisagem que menos me tocou foi a praia. Numa zona tão recheada de beleza natural, a praia é o que sobressai menos. Talvez a praia onde estive não fosse a melhor, é verdade, mas foi o que senti na altura.

A bicharada está em todo o lado. Todos os dias, às 6:30 da manhã, quando saía do quarto tinha uma série de répteis locais a dar as boas vindas. Na verdade estavam por todo o lado. Eles e os coatis.

Bem pertinho do Hotel, havia também o Dolphin Discovery e era possível passear pelas ruas junto ao mar e ter, mesmo ao lado, golfinhos a passar a escassos metros.

Nas ruas, todas são amigáveis q.b.. Há porém que perceber que o México dos resorts é um microcosmos e eu não vou sequer fingir aqui que conheço o México real, porque sei que 90% do que eu vi foi ali posto para eu e os outros turistas vermos.

O que mais me desiludiu nesta viagem foi a questão das gorjetas pedinchadas a todo o momento. Percebo que seja algo cultural e perfeitamente normal naquelas partes, mas a mim faz-me confusão. Estou habituado a a deixar uma gratificação quando entendo que o funcionário merece e nunca a que façam quase chantagem emocional comigo, tentando que me sinta culpado por não dar. Resultado da chantagem: 0€ de gorjetas na viagem. Acredito que algures no Yucatán hajam cartazes com a minha cara a proibir-me de entrar em certos estabelecimentos :). Mesmo no Hotel os funcionários que já sabiam que eu não dava nada, já fingiam que eu não estava há 2 horas à espera de uma Coca-Cola…

Uma das coisas que melhor me recordo desta viagem foi o sucesso que o meu cap dos Boston Celtics fez. Em todo o lado me ofereciam coisas em troca do sacana do chapéu! Nunca cheguei a perceber… Dada a proximidade com os EUA, acho que não deveria ser difícil arranjar produtos do género por ali. A verdade é que as ofertas foram tentadoras e só não aceitei algumas porque sou careca e naquele clima um chapéu é o melhor amigo do careca!

Lembro-me também de pensar que depois de me sentir muito mal perto dos turistas americanos. Primeiro porque alguns têm comportamentos absolutamente parolos e egocêntricos num local partilhado por outras pessoas, como é o caso de uma piscina de hotel. Segundo porque os preços que eu achava exagerados por ali, para eles não são nada! A única vez que quis dar uma gratificação foi a um rapaz que protagonizou um espetáculo de show cooking. Entravamos em grupos de 15 ou 20 pessoas e no meu grupo estava um casal americano sensivelmente da mesma idade do que eu. Foi espetacular e disse logo à Carina que ia dar uns trocos ao rapaz no fim. Quando acabou, fiquei para trás para dar ao rapaz um valor que equivalia a cerca de 10 euros. Quando olhei para o americano, percebi que ia fazer o mesmo, mas tinha uma nota de 100 dólares na mão. Fiquei com vergonha e vim embora.

Foi o primeiro sítio onde fui de férias contrariado… Mas admito que fiquei convencido. Pena a minha condição financeira não ser propícia ao regresso, ainda para mais agora que tenho uma catraia pequena que já paga quase tanto como um adulto. Talvez também por isso, fiz por aproveitar tudo ao máximo!

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