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Throwback Fotográfico: Boa Vista 2015

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As fotografias são excelentes auxiliares de memória. É a esses fragmentos de tempo congelados em pixels que recorro quando as recordações me falham.

Hoje imortalizo neste espaço um conjunto de imagens escolhidas de entre as centenas que recolhi na viagem de 2015 à Boa Vista, em Cabo Verde. Foi a primeira de duas viagens àquela ilha que pelo seu encanto, clima e dolce far niente deixam enormes saudades.

Nesta viagem estreei a minha fiel companheira de trabalho, a Panasonic Lumix GH4, que ainda hoje é a minha arma oficial. Eram também tempos em que eu tinha a audácia e o espaço de agenda para fazer montagens dos vídeos quando voltava das férias. Agora confesso que o pensamento de captar vídeo nas férias, mesmo que por lazer, me repugna um bocado. Para mim, férias são férias, e qualquer coisa que se assemelhe ao que faço no trabalho é para afastar rapidamente do horizonte!

A ilha da Boa Vista é a terceira maior ilha de Cabo Verde, mas conta apenas com cerca de 6000 habitantes devido ás características relativamente inóspitas da ilha. O solo é arenoso e rochoso, dificultando o cultivo, e a fome foi sempre um espectro que pairou sobre a ilha ao longo dos anos.

Das duas vezes que ali estive visitei diferentes pontos, mas os que mais me fascinaram foram o Deserto de Viana, criado pelas areias do Sahara trazidas pelos ventos ao longo dos anos, Rabil pela sua identidade e autenticidade e a Praia de Santa Mónica onde está a ruína de um navio que toda a gente já viu em imagens e cuja história eu não vou revelar, deixando para que conheçam quando visitarem.

A maior parte das pessoas que visita Cabo Verde no verão escolhe entre Boa Vista e Sal. Apesar de nos serem apresentadas como soluções semelhantes, garanto que não o são. No Sal, há mais para ver e experimentar. Há vida noturna. Na Boa Vista, apesar de haver muito o que ver, não há tanto como no Sal e ficamos remetidos à toalha na praia o que não é necessariamente mau!

É um bocadinho esse o fascínio que Cabo Verde tem para mim. É fácil dizer que aquelas pessoas são felizes com o pouco que têm… Mas é claro que as coisas não são bem assim. A Boa Vista dos hotéis de 4 e 5 estrelas onde ficamos alojados facilmente nos faz acreditar nisso. Porém, viver numa ilha enorme, cuja única riqueza é o turismo, estará longe de ser fácil. No entanto, é inegável que os cabo-verdianos têm um espírito impar, uma forma calorosa de acolhimento e o andar lento dos dias numa filosofia pura de “no stress” causa em nós (em mim) uma vontade quase indomável de experimentar a vida por aquelas paragens. Viver menos a correr e saborear mais o que existe em volta. Sejam as relações humanas ou apenas a paisagem. Nos piores dias, tento enfrentar as horas com essa filosofia. Ás vezes dói menos.

Todas as fotografias deste artigo foram captadas com a Panasonic Lumix GH4 e a lente 1.7 24mm da mesma marca. O vídeo, além dessa mesma câmara, foi captado com a GoPro Hero 4 Black Edition.

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