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Ensino Profissional: uma aposta sólida na empregabilidade e no futuro da informática

Um novo estudo da Nova SBE, divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, veio confirmar aquilo que muitos de nós, formadores e profissionais da área técnica, já sabíamos na prática: o ensino profissional é uma via de futuro. Não só garante uma entrada mais rápida no mercado de trabalho como está a tornar-se um motor de dinamização económica nas regiões.

Empregabilidade: os números não mentem

Os dados são claros: 72% dos alunos que concluem o ensino profissional conseguem emprego num prazo de um a dois anos. No ensino científico-humanístico, esse número é de apenas 56%. E este não é um dado isolado – o impacto do ensino profissional na criação de empresas é igualmente notável, com um crescimento entre 20% a 30% nos cinco anos após a conclusão da formação.

Para quem está a iniciar uma carreira ou a escolher um percurso educativo, estes números deveriam pesar muito. Mas mais importante ainda: para quem já trabalha no setor da formação, estes dados validam a relevância do nosso trabalho e reforçam a necessidade de continuar a apostar em programas sólidos, atualizados e com ligação real ao mercado.

A informática no topo da procura

No universo do ensino profissional, a área da informática é a que mais cursos oferece – são 546 cursos em todo o país, representando 12% da oferta total. É também uma das áreas com maior empregabilidade e procura no mercado, o que reforça a responsabilidade de quem, como eu, forma jovens técnicos nesta área.

Trabalhar competências técnicas sólidas, mas também soft skills, noções de empreendedorismo e capacidades de adaptação tecnológica, é hoje mais do que desejável: é necessário. Muitos alunos acabam por trabalhar fora da área da formação, como alerta o estudo, mas isso deve-se frequentemente a falhas estruturais – falta de estágios, ausência de ligação real às empresas, ou currículos desatualizados.

O que falta? Mais ligação à realidade

O estudo aponta soluções sensatas: mais ligação entre escolas e empresas, revisão curricular com base nas reais necessidades do mercado, reforço dos estágios e introdução de competências de gestão e empreendedorismo nos programas. Tudo isto faria com que os alunos da via profissional não só fossem empregados, mas empregados na área em que se formaram.

Enquanto formador e técnico multimédia, defendo com convicção que o ensino profissional deve ser mais do que uma alternativa: deve ser uma prioridade. Devemos deixá-lo de ver como um plano B. A formação técnica, quando bem feita, gera quadros qualificados, inovação e empresas novas.

Um futuro que se constrói com prática

Com a meta do Governo de ter 55% dos alunos do Secundário em vias profissionais até 2030, está nas nossas mãos garantir que essa expansão é feita com qualidade. A informática continuará a ser uma área central – e nós, formadores, temos de continuar a garantir que os alunos saem preparados para criar, inovar e liderar.

O ensino profissional não serve apenas para empregar. Serve para transformar. E está mais do que na hora de reconhecer isso – nas políticas, nas escolas, nas empresas e na sociedade.

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