A dimensão dos planos e consequentemente a sua nomenclatura, são determinados pela distância entre a câmara e o sujeito e também pela distância focal da objetiva usada.

A escolha de um plano tem de ser ponderada. Esse processo é condicionado pela necessidade de obter uma comunicação clara da mensagem a transmitir. Por isso, tem de haver uma adequação entre a dimensão do plano, o seu conteúdo material e o seu conteúdo dramático. Se por um lado o plano é tanto maior quanto menos coisas houver nele, por outro lado o plano é tanto maior quanto a sua contribuição dramática (ou a sua significância) for maior. Já a duração do plano deve ser apenas condicionada pelo tempo necessário para o espectador compreender o conteúdo do plano. Assim, um plano geral é normalmente mais longo do que um grande plano. Porém é claro que um grande plano também pode ser longo, se o realizador quiser exprimir uma ideia específica. Nesse caso o valor dramático toma a dianteira em relação à descrição simples.

Por exemplo, um plano geral de uma paisagem pode muito bem enquadrar uma personagem em primeiro plano, sendo possível distribuir atores a distâncias diferentes.

Na maior parte dos casos, um tipo de plano não tem outra razão de existir que não seja a da comodidade da perceção e da clareza narrativa. Apenas o grande plano e o plano de conjunto têm mais um significado psicológico exato e não apenas uma função descritiva.

O grande plano, quando é mais do que descritivo, é uma invasão do campo da consciência, a uma tensão mental considerável, a um modo de pensar obsessivo. Se lhe acrescentarmos um travelling para a frente, reforçamos a carga dramática que o próprio grande plano já tem.

Mas se utilizarmos o grande plano para mostrar um objeto, esse plano está a exprimir o ponto de vista do personagem sobre o objeto, materializando por vezes o sentimento ou a ideia que essa mesma personagem tem sobre ele.

Deixo aqui dois vídeos que fiz sobre estes dois tipos de plano já há algum tempo.