Para os amantes da fotografia, o Outono é uma festa de cor e os fins de tarde, na golden hour, são a altura perfeita para sair de mochila às costas, tripé e câmara fotográfica em punho. Inspirado pelas excelentes fotos desta época do Sr Sousa, decidi atirar-me ao Outono como ele merece.
Quem me conhece ou eventualmente teve oportunidade de ler um artigo anterior que escrevi sobre fotografia a minha recém descoberta da fotografia analógica, sabe que um dos meus muitos hobbies é precisamente o de captar imagens com a maior variedade de equipamentos possível.
O que me atrai nisso é o facto da fotografia não ser algo exato ou cientifico. Há dados e métricas que nos dizem que se os conjugarmos de certa forma a imagem terá determinadas características, mas há depois uma série de outros fatores relacionados com o formato e o próprio equipamento em causa que dão à imagem final um toque especial.
Um Outono bem equipado
Este ano foi tive nas mãos uma diversidade de suportes e equipamentos que me permitiu experimentar até a um ponto em que já não sabia para onde me virar.
Além da minha já fiel e tradicional Panasoni Lumix GH4, decidi também dar algum uso à minha Lomo La Sadina 8 Ball Edition e à Minolta Dynax 505si Super. Ao arsenal juntou-se o drone DJI Mini 2 e ainda a Zenit 12XP com a lente Helios 44-2 58mm f2.
Uma estação especial
Cromaticamente, prefiro o Outono à Primavera. Ainda que as folhas sequem e caiam, cromaticamente agrada-me mais. Além disso, a antecâmera do Inverno é especial porque chega o frio, que pessoalmente prefiro, mas a chuva ainda não é tão frequente.
O Outono é também recheado de momentos importantes para mim, desde sempre. Para começar, nasci a 22 de setembro, o último dia do verão. Há depois também o Halloween, uma festividade que sempre me despertou muito interesse por todos os elementos da cultura popular que agrega e, claro, os doces. Associo também esta época do ano a alguma nostalgia dos meus tempos de escola que não consigo explicar muito bem. Foi também no Outono, em 2007, que fui viver para Vila Real numa fase muito complicada e determinante da minha vida pessoal.
Portanto o Outono é A Estação no que me diz respeito.
A que das folhas é o início de um processo de renovação que pode ser um estímulo também para quem precise de se renovar.
Novembro apagou nas buganvílias seus nomes brancos, roxos, escarlates.
É mais difícil regressar a casa:
O caminho disfarçou, emudeceu seu rosto nos muros e nas grades.
Por onde seguiremos sem que o outono espesso nos trespasse?
José Bento
Um Sossegado Silêncio
Boticas e Vilar de Perdizes
Foi exatamente o Halloween que marcou um dos momentos deste Outono de 2021. Em família, viajei para Trás-os-Montes precisamente para passar essa época. Fiquei por Boticas, mas fiz questão de me deslocar cerca de 30 km mais para norte por estradas… peculiares, até Vilar de Perdizes. Esta aldeia de Montalegre é o destino de eleição para o Dia das Bruxas com uma festa muito tradicional que atrai centenas de pessoas. Por motivos de pandemia, fomos cedo e viemos cedo para arriscar pouco… Mas ficou água na boca pelo que se passaria mais à noite.
Estas foram apenas algumas imagens. Podem ver mais no meu instagram.
Ala e Vila Real
Mais a caminho do Inverno mas ainda com colorido do Outono, passei por Ala em Macedo de Cavaleiros. Em serviço para o Balneário e apenas com o drone, aproveitei para “roubar” imagens desta ruralidade pura e dura que me apaixona.
Com o Inverno a algumas semanas de distância mas já a sentir-se nos ossos, fui a Vila Real. Uma cidade que significa muito, mas que ainda não me sinto preparado para explicar porquê. Fiquei alojado mesmo nas Escarpas do Rio Corgo de onde lancei o Mini 2 para captar imagens desse colorido em tons de amarelo e verde, rasgado a meio pelo próprio Rio Corgo e agora “cozido” pelos passadiços que ficaram por percorrer. O Inverno fez a sua participação nesta sessão com aquela névoa ribeirinha e com a temperatura que não se vê na foto, mas se sente nas mãos ao pilotar o drone.
